Em tempos de crise econômica, em que o poder de barganha saiu da mão do funcionário (que antes era disputado pelas empresas na época do plano emprego) e passou para as organizações (que detêm as poucas vagas disponíveis e podem escolher mão de obra), a reflexão sobre modelos de oferta vem ganhando espaço. Se por um lado temos empresas e seus RHs cada vez mais interessados em atrair os melhores talentos, de outro temos profissionais analisando as propostas à luz do desafio, do propósito e da satisfação pessoal.
Luciana Guedes, sócia-fundadora da consultoria Trajeto RH, avalia que o movimento de revisão das empresas ainda é muito recente. “Quando falamos de grandes empresas, há a vontade de mudar e rever seus processos e ofertas, mas nem sempre o executar acompanha o ritmo do desejar mudar. São estruturas muito solidificadas, várias etapas e processos”, reforça a especialista.
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No entanto, ela é positiva quanto aos talentos futuro e diz que a liderança que está chegando aos altos cargos hoje já vem de uma geração que tem o propósito como direcionador de escolhas. “Essas mudanças já começam a acontecer por meio desta nova liderança. Estou trabalhando com uma empresa que criou um pilar de diversidade e, dentro dele, o de gerações. Esse projeto faz uma mentoria de profissionais mais experientes com os mais jovens e vice-versa. Ou seja, o mais sênior palpita em questões de trabalho e empresa, ao passo que o mais júnior ensina as novidades, tecnologia e o pensar diferente. São olhares às vezes opostos, mas benéficos para os dois lados”.
O mentoring reverso é, inclusive, a aposta de Luciana para os próximos anos nas áreas de Recursos Humanos das companhias. Para ela, há muitas coisas positivas para as empresas extraírem dessa troca entre gerações.