Poderíamos ficar até amanhã contando a quantidade de mudanças que o home office, impulsionado pela pandemia, trouxe para nossas rotinas. Tanto pessoal como profissional. E, sem dúvidas, a forma de nos vestirmos para trabalhar foi uma das mais marcantes.
A partir do momento que passou não ser necessário sair de casa, a tendência era que os tênis e sapatos deixassem o cotidiano em definitivo. Chinelos e pés descalços tomariam de vez os dias de trabalho e o dress code seria mudado até mesmo entre funcionários de escritórios mais tradicionais.
O mesmo seria válido com calças, substituídas sem cerimônia por peças mais curtas nos dias de calor, aproveitando o ângulo limitado das câmeras. Formalidade? Apenas da cintura para cima e em certas reuniões mais estratégicas. Mas, será que isso é uma realidade? O estilo casual chegou mesmo para ficar? E como vai ser depois da pandemia? É disso que trata este artigo.
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Informalidade para ficar no home office
Se levarmos em conta o que vimos em algumas lives e transmissões na TV, principalmente no início da pandemia, o moletom dominou o mundo. E, de acordo com matéria publicada pelo Valor Econômico, foi isso mesmo o que aconteceu, já que uma das maiores redes varejistas do Brasil revelou um crescimento de 656% nas buscas das peças com esse tecido em seu site.
A reportagem ainda comenta que até empresas de recrutamento especializadas na contratação de executivos para altos cargos (C-Level) identificaram que, recentemente, a maioria das pessoas deixou de lado o terno e a gravata ao realizar entrevistas de suas casas.
Home AND Office
Especialistas ainda dizem que essa mudança no dress code também simboliza a transformação das empresas para abraçar uma cultura mais moderna, digital e que isso passa necessariamente pelo conforto ao se vestir.
Segundo eles, o movimento é reflexo direto do home office, onde a rotina de trabalho divide espaço com o cuidado com a casa, pets, filhos etc., o que exige roupas menos formais e mais funcionais.
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E o futuro do trabalho no escritório?
Com a vacinação contra a COVID-19 em curso na maior parte do mundo, já se discute a questão da informalidade no dress code quando as pessoas voltarem ao trabalho presencial.
Os números dessa projeção, inclusive, se dividem. De acordo com 55% dos entrevistados de uma empresa de consultoria de imagem, as empresas vão manter seu pensamento acerca da forma como os funcionários se vestem, enquanto 45% acreditam que as companhias serão mais flexíveis quanto a isso.
Chega de terno e tailleur para trabalhar
Esse cenário equilibrado pode fazer muitas empresas terem que se reinventar em relação ao dress code para reter talentos. Para se ter ideia, outra pesquisa publicada pelo Valor Econômico, em 2019, antes da pandemia, já trazia um recorte da relação entre as pessoas e a formalidade ao se vestir nos Estados Unidos.
O estudo, conduzido pela OmniPulse, disse que 33% dos 1.024 entrevistados recusariam uma proposta de emprego ou mesmo pediria demissão se a exigência de trajes formais fosse diária. E essa prática pode ganhar força no retorno das atividades presenciais.
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Conforto ao se vestir não é desleixo
Enquanto essa discussão sobre como será o dress code no trabalho pós-pandemia ainda vai longe, uma coisa é consenso: estar confortável não significa se vestir de qualquer jeito.
Afinal, na mesma pesquisa que dividiu opiniões sobre a formalidade ao se vestir, 88% dos entrevistados com cargos estratégicos afirmam que as pessoas preocupadas com a imagem pessoal têm mais chances de atingir seus objetivos profissionais.
Mais do que isso, segundo especialista em neurociência em matéria do UOL, passar o dia de pijama, por exemplo, pode afetar a produtividade. De acordo com ele, a roupa pode emitir ao cérebro sinais inconscientes de relaxamento.
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Então, que tal aproveitar esse artigo para repensar a forma que você se veste para trabalhar e encontrar aquele estilo que reúna conforto e uma boa imagem para o ambiente de trabalho? Vamos praticar o equilíbrio