O mês de abril é marcado pela conscientização mundial sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA). Aproveitamos a ocasião para sugerir a você a reflexão sobre preconceito, inclusão e também em relação à atuação das pessoas com autismo no mercado de trabalho. Afinal, por que elas sofrem tanta exclusão nas empresas?
O preconceito ainda é um dos principais desafios que uma pessoa com autismo enfrenta ao iniciar sua jornada profissional. Segundo uma estimativa da Organização das Nações Unidas (ONU), divulgada pela Época Negócios, cerca de 85% das pessoas com TEA estão desempregadas.
No Brasil, a inclusão do autista é garantida pela Lei 12.764, de 2012, a mesma que determina a participação de pessoas com deficiência em atividades profissionais nas empresas.
Neste artigo, falaremos um pouco sobre como as empresas podem incluir o(a) autista no ambiente corporativo.
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O que é autismo?
Antes de começarmos a falar do tema deste artigo, é importante explicar o que é o TEA. O autismo é um transtorno caracterizado pelo desenvolvimento atípico, alteração de comportamento, problemas de comunicação e de interação social. Os(as) autistas têm um padrão repetitivo de comportamento, sendo muito apegados(as) à rotina e costumam apresentar um repertório restrito de atividades e interesses sociais.
Vale lembrar que o autismo não tem cura porque não é uma doença.
Gestão de pessoas com foco na inclusão
Muitos recrutadores(as) têm receio em contratar uma pessoa com autismo, pois não sabem o que esperar em termos de resultados e comportamento. Por isso, é essencial ter uma equipe de gestão de pessoas interessada em promover a diversidade e a inclusão na empresa.
O(a) recrutador(a) precisa propiciar um ambiente acessível, agradável, inclusivo e seguro para as pessoas com autismo já na entrevista de emprego, e isso tem que continuar na rotina de trabalho.
Indicamos que, antes do processo de contração, a área de Recursos Humanos promova um treinamento de diversidade para todas as pessoas dos setores envolvidos no processo seletivo, explicando sobre o diagnóstico, as características específicas do TEA e o tipo de apoio que essas pessoas necessitam no dia a dia.
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Criação de conteúdos e eventos educativos para colaboradores
As ações de inclusão precisam ser contínuas. Um exemplo de atividade que o endomarketing ou a área de gestão de pessoas poderia promover é uma ação no dia 02 de abril: o Dia Mundial da Conscientização do Autismo, realizando palestra com especialistas, criação de cartilha ou manual sobre o assunto, disponibilização de vídeos educativos e incentivar os(as) funcionários(as) autistas a relatarem suas experiências profissionais em um dia dedicado à diversidade.
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Criação de comitê de diversidade
Outra sugestão é que as empresas tenham um comitê de diversidade exercendo um papel muito importante, contribuindo para que a companhia atinja as suas metas na implantação de medidas em prol da inclusão, equidade e transformação da cultura institucional. Dessa forma, quando uma pessoa com autismo chega à empresa e se depara com um setor voltado à diversidade, ela se sentirá mais segura e respeitada.
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Um desafio para os próximos anos
Incluir pessoas com TEA no mercado de trabalho ainda é um desafio muito grande, pois a maioria das empresas não estão preparadas para receber profissionais assim. Mas, aos poucos, com informação e ações de diversidade, a mentalidade dos(as) empresários(as) está mudando.
As conquistas de indivíduos com autismo no mercado de trabalho são positivas para a sociedade e servem de inspiração para outras pessoas. Inclusive, diversas empresas gostam de contratar pessoas com TEA porque elas apresentam facilidade para lidar com conhecimentos matemáticos, tecnológicos e têm habilidades criativas que envolvem arte e música.
Esperamos que, com esse artigo, todos(as) vejam o potencial das pessoas com TEA e como as organizações podem aproveitar para fazer do seu ambiente corporativo um lugar mais diverso e inclusivo.