O quiet quitting se tornou tendência nos últimos meses e trouxe preocupações para os gestores e o setor de RH. Mas, afinal, o que é esse movimento e por que ele ganhou relevância?
Essas são algumas das perguntas respondidas por este artigo.
O que é o quiet quitting?
Em poucas palavras, o quiet quitting, ou “demissão silenciosa” em tradução literal, consiste em desempenhar apenas as funções para as quais o(a) profissional foi contratado(a). Isso significa que não se assumem responsabilidades a mais ou se exagera na quantidade de horas trabalhadas, valorizando o bem-estar e a vida pessoal.
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Por que o quiet quitting tem ganhado adeptos?
O conceito foi mencionado pela primeira vez em 2009, mas foi no último ano que ganhou destaque. Segundo os dados publicados na pesquisa da EDC Group com mais de 300 respondentes, os quite quitters correspondem a 12% dos(as) profissionais brasileiros(as). Essa porcentagem reflete a cultura de não priorizar o trabalho a qualquer custo, como as gerações anteriores costumavam fazer.
Aliás, sabendo que os adeptos ao movimento são em sua maioria jovens, nota-se que o quiet quitting é, na verdade, a contraposição ao “workaholism” e uma resposta direta ao aumento de casos de burnout e outras doenças laborais. O cenário se intensificou com a pandemia de Covid-19 e a fusão entre vida pessoal e laboral, que fez as pessoas se virem cada vez mais esgotadas à medida que as demandas e a cobrança cresciam. Isso fez com que elas passassem a valorizar mais sua qualidade de vida.
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Nem tudo é o que parece
A adesão ao quiet quitting não necessariamente significa que o(a) profissional quer deixar a empresa. Às vezes é justamente o contrário: a pessoa tem total intenção de manter seu emprego e até mesmo gosta dele, apenas não está disposta a comprometer sua vida pessoal em prol do trabalho. É por isso que o RH e a gestão não podem confundir os sinais, devendo se preparar para a situação.
O que o RH pode fazer para identificar e se preparar para quite quitters?
A chave para lidar com o quiet quitting é a gestão humanizada. Isso porque é necessário estar atento e acompanhando cada funcionário(a), além de estar disposto a ouvir o lado dessa pessoa em relação às suas atividades e anseios profissionais.
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Entretanto, existem indicadores que podem facilitar a identificação de um quiet quitter, começando pela observação de mudança gradual de comportamento, o primeiro ponto para saber que está acontecendo. Depois, a checagem de assiduidade e absenteísmo podem mostrar a oscilação ou não de interesse do(a) profissional no trabalho.
Por último, pesquisas e clima organizacional e de humor diário são ferramentas úteis para coletar dados quanto à percepção do ambiente de trabalho e a tomada de decisão pensando no bem-estar.
Você já identificou um quiet quitter na sua empresa ou conhece alguém da área lidando com essa situação? Se sim, compartilhe este artigo com os(as) colegas!